Campos de Júlio, está lidando com um possível surto de sarna, uma doença de pele altamente contagiosa causada por um parasita conhecido como ácaro, comumente referido como Sarcoptes scabei. O Departamento de Vigilância em Saúde da prefeitura emitiu uma nota de orientação nesta sexta-feira, devido ao aumento significativo de pacientes apresentando sintomas clínicos sugestivos de escabiose, o nome científico da sarna.
A sarna é uma doença de pele infecciosa que pode ser transmitida por contato direto de pele a pele com uma pessoa infectada, roupas ou objetos contaminados. No entanto, é importante observar que cães e gatos não são portadores da doença.
A preocupação em relação ao tratamento da sarna se concentra na resistência ao medicamento ivermectina, que tem sido utilizado de forma inadequada no tratamento da COVID-19, possivelmente contribuindo para o aumento da resistência do ácaro à substância.
Os sintomas da sarna incluem o surgimento de lesões avermelhadas com pequenas cascas ou caroços, que podem ser observadas principalmente entre os dedos das mãos, punhos, cotovelos, axilas, ao redor do umbigo, na cintura, coxas, genitália, mamas, entre os glúteos e nádegas.
A Secretaria Municipal de Saúde recomenda o uso tópico de permetrina 5% no tratamento da sarna, com aplicação do pescoço para baixo. A ivermectina oral é uma opção, mas deve ser usada com cuidado e somente em casos específicos, como pacientes não responsivos à terapia tópica, na escabiose crostosa, em imunossuprimidos, idosos e em pacientes com condições dermatológicas específicas.
A nota orienta que roupas usadas por pacientes nos últimos três dias e roupas de cama e toalhas devem ser lavadas com água quente por pelo menos 20 minutos e passadas a ferro. Roupas que não podem ser lavadas com água quente devem ser mantidas em sacos plásticos fechados por três dias. Além disso, pessoas que tiveram contato próximo com pacientes infectados devem ser tratadas simultaneamente.
A situação se torna uma preocupação de saúde pública, especialmente para os trabalhadores que estão expostos ao Sarcoptes scabei. A Vigilância Sanitária sugere que esses trabalhadores sejam considerados possíveis portadores da doença relacionada ao trabalho e notificados ao serviço médico da empresa, uma vez que a sarna é altamente contagiosa, representando um risco coletivo entre os trabalhadores e seus familiares.
Os trabalhadores afetados pela doença devem ser afastados do trabalho por sete dias e receber tratamento adequado. Nas escolas, além das medidas de higiene e isolamento de crianças infectadas, é recomendado o uso de álcool 70% para a limpeza de objetos e a lavagem frequente com água e sabão. Ações conjuntas estão sendo tomadas para conter o surto e proteger a saúde da população em Campos de Júlio.
Comentários: