O ex-juiz federal e advogado Julier Sebastião (PT) afirmou que o Partido dos Trabalhadores precisa fortalecer sua presença política em Mato Grosso nas eleições de 2026, formando uma chapa “competitiva e alinhada com os interesses da população mais pobre do Estado”. Em entrevista, ele ressaltou que, embora o PL e o ex-presidente Jair Bolsonaro tenham forte influência no estado, o PT obteve votação expressiva na última eleição proporcional — mas não alcançou o coeficiente eleitoral.
Segundo Julier, o desempenho de 2022 demonstra que há espaço para crescimento do campo progressista, sobretudo nas cidades maiores. “A deputada Rosa Neide foi a mais votada da federação. Eu fiquei em segundo na nossa chapa de federal. Infelizmente, na somatória, nós não conseguimos o coeficiente”, relembrou.
Ele defende que uma estratégia eleitoral consistente passa não apenas por nomes competitivos, mas também por uma narrativa que dialogue com os trabalhadores, servidores públicos e pequenos e médios produtores. “O objetivo é construir uma alternativa a esse governo fascista que é o de Mato Grosso, um governo que não é voltado à população mais pobre”, afirmou, em crítica direta à atual gestão estadual.
Lula em Mato Grosso
Respondendo sobre como ampliar o espaço político do presidente Lula no estado, Julier apontou que o caminho é o enraizamento do projeto nacional no cotidiano das pessoas. Ele destacou investimentos federais já em curso no estado e lembrou que Mato Grosso possui ministros oriundos da própria região. Para ele, cabe ao PT “continuar debatendo com a população e mostrando resultados”.
Disponível para disputar novamente
Questionado se será novamente candidato, Julier confirmou que seu nome está colocado internamente no partido, principalmente para a disputa proporcional.
“A princípio, o meu nome está à disposição para o Partido dos Trabalhadores, nessa nova disputa para 2026”, disse.
Ele também não descartou outros cenários dentro da federação que compõe o PT, embora reforce preferência por manter a tentativa na Câmara Federal. “Meu nome está à disposição para a deputada federal, como já disputei na outra eleição. Mas também para conversarmos sobre a construção de chapas majoritárias, se esse for o caminho definido”.
A definição oficial das candidaturas deve ocorrer ao longo de 2025, dentro do processo de articulação entre PT, PV e PCdoB no estado.

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