O prefeito Claudio Scariote (Republicanos) já se aproxima do fim dos seus primeiros três meses como "todo poderoso". Diante disso, já é possível começar a entender o que podemos esperar de sua gestão até 2028. A seguir, uma análise do ponto de vista de quem escreve, desses primeiros meses no comando da cidade.
Primeiramente, é importante destacar que Claudio Scariote não é exatamente um novato no governo. Ele ocupa cargos no Executivo desde 2021, quando foi eleito vice-prefeito na chapa do ex-prefeito Valcir Casagrande. Diferente de muitos de seus antecessores, que tiveram posturas meramente decorativas, Scariote manteve um papel ativo na gestão e chegou a assumir o cargo de prefeito em duas ocasiões durante o período em que foi vice.
Apesar disso, sempre foi visto como um político de pouca expressão. Ainda assim, graças à insistência de Casagrande, conseguiu viabilizar sua candidatura. Desde o início, sua vitória era incerta, mas acabou se sagrando vencedor de forma acachapante sobre seus concorrentes. (Aqui daria outro artigo).
Casagrande blindou Scariote de praticamente todas as críticas feitas por seus adversários, mesmo quando apontavam que o ex-prefeito havia prometido 500 casas e não havia entregue nenhuma. (No fim, foram entregues 19, que serviram como um prêmio de consolação).
Já em seu discurso de posse – sem grandes entusiasmos –, Scariote pregou a união e afirmou que tudo estava indo muito bem. Por isso, anunciou apenas uma mudança no secretariado: a substituição da titular da Secretaria de Família, Assistência Social e Cidadania. (Uma decisão curiosa para alguém que acabara de ser "promovido"). Como primeiro anúncio oficial, declarou a construção de asfalto para os fazendeiros, categoria da qual faz parte.
É claro que asfalto é importante, mas não mais do que a necessidade de moradia e o direito à saúde. Normalmente, espera-se que o primeiro ato de um novo prefeito seja um indicativo de suas prioridades. (Tirem suas conclusões).
De modo geral, Scariote precisa despertar para a realidade. Ainda não está entregando o básico que a população espera, a julgar pelas constantes reclamações sobre os buracos nas ruas, os problemas na coleta de lixo, a situação complicada da saúde e, principalmente, o abandono da Prainha Municipal.
Não dá para viver eternamente à sombra de Casagrande, até porque essa sombra já se parece com a de um meio-dia solar. Está na hora de mostrar a que veio – e a única forma de fazer isso é imprimindo sua própria identidade à Prefeitura de Sapezal.
Cumprir o que prometeu no discurso de posse também seria um bom começo. Responder mais à imprensa, deixar as mágoas de lado, ouvir a população e, de fato, trabalhar. Capacidade ele tem – só falta demonstrar.
Acorda, Claudio!
Comentários: